Apesar de parecerem um tanto quanto inofensivas, algumas brincadeiras podem causar grandes tragédias e muitos danos à saúde das pessoas, principalmente pelos riscos que apresentam às crianças. É o caso, por exemplo, do chamado “desafio do desodorante”, lançado na internet e que consiste na inalação do gás do desodorante aerossol.
Popular nas redes sociais, já podem ser localizados diversos vídeos de pessoas comuns que ensinam sobre como realizar o desafio. Vence quem conseguir fazer o desafio pelo maior tempo.
O que poucos sabem é que o desodorante aerossol contém diversas substâncias químicas e que são consideradas antissépticas, como o alumínio e o álcool. Com isso, para especialistas em pneumologia, a prática desse desafio por um longo período pode ocasionar em lesões graves nos pulmões e, ainda, em dependência. Isso ocorre, principalmente, devido à composição do produto, considerada irritativa para as vias aéreas.
Os desodorantes aerossóis são compostos em parte por gases como isobutano, álcool e éter. Uma vez que essas substâncias entram em contato com o sistema respiratório do ser humano, as substâncias acabam competindo com o oxigênio. Isso impede a troca de forma adequada do gás em hemácias, ocasionando em hipóxia, nome dado à falta de oxigênio nos tecidos.
Não bastasse isso, a inalação de aerossol ainda pode levar à uma parada cardíaca devido à asfixia pelo gás. Isso ocorre principalmente pois o álcool e o éter reduzem os níveis de consciência humana, levando à morte por falta de ar.
O primeiro possível caso que se tem conhecimento no Brasil de morte pelo “desafio do desodorante” foi em 2018, quando uma criança de 7 anos foi a óbito após tentar realizar o mesmo na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Conforme informações na época de familiares, a vítima havia visto a brincadeira nas redes sociais e resolveu fazer o desafio. Após o desmaio, a criança teve uma parada cardíaca.
Na última quinta-feira, dia 25 de agosto, novamente as atenções foram redobradas sobre o desafio após a morte de um menino de apenas 10 anos, que entrou no armário para inalar o aerossol. Conforme suspeitas da própria família, o desafio também teria sido visto na internet.
A Polícia Civil relatou que não havia qualquer indício de violência corporal na criança, não sendo porém descartada nenhuma linha para a investigação. Após encaminhamento para o Instituto Médico-Legal, para exames mais precisos, o corpo foi liberado para os familiares. As causas e circunstâncias da morte ainda estão sendo investigadas e mais informações serão repassadas somente após o fim de laudos e da conclusão do inquérito.
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