A pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavirus, pegou todo o mundo de surpresa, sendo um dos maiores desafios globais enfrentados por essa geração. Além de revelar um problema de saúde que ofereceu dificuldades a nível científico – no que diz respeito a estudos sobre a doença e do vírus e na corrida para descobrir uma forma de imunização -, mas também a nível social.
A pandemia do coronavirus evidenciou uma série de problemas estruturais no mundo e expôs a negligência com a vida de pessoas, animais e de todo o planeta.
Segundo o diretor geral da Organização Mundial da Saúde, a OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, os efeitos da crise da Covid-19 não vão desaparecer assim que tivermos uma vacina funcional, o problema vai muito além disso. De Genebra, na Suíça, nesse último dia 9 de Novembro, ele garantiu que, além de uma vacina, precisamos de uma mudança profunda na gestão global do setor da saúde.
Esse setor, num panorama geral, tem pouco investimento em sistemas de saúde que sejam fortes e nem na saúde pública. Existe, também, uma necessidade imediata de focar na saúde humana em conjunto com outros fatores, como o cuidado com o meio ambiente e com a saúde dos animais.
Vale lembrar que o coronavirus, ao que se tem registro, veio de animais contaminados, e outras doenças, como a Gripe Suína e a Gripe Aviária, também vieram da mesma fonte. A saúde do planeta está diretamente ligada com a qualidade de vida e o bem-estar dos seres huamanos, e quanto mais rápido as nações agirem com base nessa premissa, melhor preparados estaremos para evitar que outras doenças e pandemias tirem a vida de milhares de pessoas como tem acontecido com o coronavirus.
Também no dia 9 de Novembro, a OMS deu início a sua assembleia anual onde estão presentes ministros e outros representantes do segmento da saúde de todos os 194 países que são membros da Organização Mundial da Saúde.
Em seu discurso, o diretor geral lembrou que há uma série de problemas globais que a todo tempo afetam negativamente o setor da saúde e geram doenças mundo afora, e para esses problemas a vacina não será a solução.
Ele disse que não existe vacina para a desigualdade, para a fome, para a pobreza e para as mudanças climáticas. E, nesse sentido, ainda há muito negacionismo entre líderes de algumas nações, que desconsideram o efeito das ações humanas no planeta terra e põem fenômenos como o aquecimento global em dúvida, o que sem dúvidas causa atraso em todo esse debate.
Toda a situação de caos global em relação à pandemia causou um aumento das expectativas sobre a OMS e sobre a destinação dos recursos financeiros que a organização possui. Segundo ele, esses recursos não são suficientemente altos para lidar com uma situação tão complexa quanto a pandemia da Covid-19.
Tedros admitiu que a organização possui uma grande dependência em relação a uma quantidade limitada de doadores de significativos, e por esse motivo é primordial que a Organização Mundial da Saúde seja capaz de aumentar sua base de apoiadores que invistam nela para esse momento que está longe de acabar. No momento, quem está à frente desse investimento na OMS são a França, a Alemanha e a União Europeia.
A estratégia, no momento, é mobilizar novos recursos através do contato com potenciais doadores.
Em termos comparativos, o diretor expôs que o orçamento anual da organização é equivalente ao que o mundo gasta em produtos de tabaco em apenas um dia. E, se as nações do globo dispõem de todo esse dinheiro para investir em produtos que causam dano e matam, ela têm condições de levantar vontade política e fundos suficientes para investir na proteção da vida das pessoas.
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