Não só os produtos provenientes das redes fast food, como hambúrgueres, batatas fritas, cebolas empanadas ou frango frito, como também doces ou comidas gordurosas, vem embaladas num papel à prova de gordura, além de protegidas com caixas que são geralmente compostas, dentre outros componentes, de produtos químicos antiaderentes que podem ser transmitidos para os alimentos, segundo um estudo americano.
Divulgado pela revista de cunho científico intitulada Environmental Science and Technology Letters, o estudo fez testes com mais de 400 amostras provenientes de 27 redes de fast food nos EUA.
Quase 50% dos embrulhos feitos de papel e um quinto das amostras do papel cartão utilizado na embalagem de pizzas, esfihas e batatas fritas, apontaram presença de flúor. Esse componente geralmente é utilizado em manchas e tapetes, antiaderentes utilizados na cozinha e vestimentas impermeáveis. Os pacotes de alimentos como pães, por exemplo, foram constatados como os mais propensos a conterem flúor. Essas substâncias são conhecidas como perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas, as PFAS.
Apesar das PFAS não serem extremamente nocivos à saúde humana, existem sim alguns riscos, associados a doenças como câncer, supressão imune, baixa de peso, desordem da tireóide e também diminuição da fertilidade. Existem amostras que continham PFAS de cadeia longa, os C8, e esses C8 foram abandonados por vários fabricantes de porte grande dos Estados Unidos, graças a uma revisão da agência sanitária do país. Isso aconteceu em 2011, entretanto, os pesquisadores descobriram também alguns PFAS com cadeia curta, que estão sendo usados cada vez mais para a substituição dos C8.
Estima-se que uma a cada três crianças americanas comem fast food pelo menos uma vez ao dia. Apesar dos EUA terem começado a progressivamente extinguir alguns PFAS, ainda existe produção deles em outros países, tendendo à permanência no meio ambiente, durante muitos anos, mesmo depois que o descarte dos mesmos tenha sido feito em aterros sanitários.
Estudos feitos anteriormente apontam que essas substâncias das quais são compostas as embalagens podem ser transferidas para os alimentos.
Carolina De Marco Brandenbergher
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